"Eduquemos as crianças, e não será necessário castigar os homens" - Pitágoras

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Diferença entre Asperger e Autismo



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quarta-feira, 10 de agosto de 2016

"Tenho um aluno maluco,que fica toda hora revirando as mãos"


O título desse post é na verdade a fala de uma das centenas de professores que agora eu conheço.
E que no fundo,não deve ser só de um professor,mas de vários.
Também não deve ser só de professores, mas que saia da boca de outros profissionais,de outras carreiras.
E  também de transeuntes pelas ruas desse planeta.

Em pleno século 21, agora, desinformação não pode mais ser desculpa.



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11 Pessoas com Autismo explicam qual a sensação de ter comportamentos estereotipados


Estereotipia, ou comportamentos exclusivo e repetitivo, são comportamentos que pessoas com autismo podem apresentar para neutralizar um ambiente sensorial esmagador ou aliviar os altos níveis de ansiedade interna, de acordo com o post de Temple Grandin em Autismo Digest. Alguns exemplos de Estereotipia são o balançar, o rodar sobre si mesmo, o andar o repetir palavras ou o bater de braços ou mãos.
As pessoas com autismo não são as únicas que têm comportamentos estereotipados, embora, ocasionalmente, pessoas num espetro estereotipado são mais óbvias por atrair mais atenção. Bastantes pessoas têm muita dificuldade em entender porque é que alguém iria entrar em processo estereotipado e repetitivo.
Pedimos aos nossos autores com autismo que explicassem como é que é a Estereotipia e qual a sensação que proporciona. Isto é o que eles tinham a dizer:
1. “Ajuda o meu corpo a regular a informação sensorial do mundo.” – Laura Ivanova Smith
2. “Sabes quando estás a cozinhar algo no fogão e às vezes tens de mover a tampa da panela um pouco para fora para deixar o vapor sair? Como pressionas uma ferida em sangramento para que o fluxo de sangue pare, ou pelo menos diminua? Para mim, Estereotipia é esse alívio – prevenir que sensações interiores expludam fazendo coisas externamente para acalmar o interior.” Paula Gomez
3. “Estereotipia é como desligar o rádio quando pensas que cheira a alguma coisa a queimar. É uma maneira de desligar os outros sentidos para teres a certeza de que nada está a queimar.” – Lamar Hardwick disse num e-mail para The Mighty
4. “Às vezes, quando me sinto oprimido, triste ou com raiva, preciso de exteriorizar. Sinto-me inquieto quando estou sobre estimulado, então preciso de me movimentar e libertar algum barulho. É a única maneira que eu sei como lidar. Acalma-me. Uma das mais comuns para mim é cantarolar em voz alta para mim mesmo (às vezes com os meus ouvidos tapados ou cobertos), e mais geralmente, irei abanar a minha perna. É involuntário, por isso nem sempre me apercebo que estou a fazê-lo. Incomoda algumas pessoas, mas eu não consigo ajudar.” – Sydney Brown
5. “Como é que é a Estereotipia? Diz-me tu. A maioria das pessoas que não têm autismo impulsivamente batem o pé, estalam os dedos ou soltam suspiros exagerados. São todas maneiras naturais de autoexpressão. A teoria de Estereotipia autista é o mesmo – nós apenas somos chamados a expressarmo-nos porque o fazemos de forma mais visível do que tu!” – Chris Bonnello da Autistic Not Weird¸ disse num e-mail para o The Mighty
6. Às vezes a estimulação sensorial é demais, e eu sinto que poderia explodir. Estereotipia é libertar a tensão e faz-me sentir muito mais calma.” – Lucy Clapham
7. “É a capacidade e a oportunidade para impedir a entrada de estímulos externos. Posso entrar em sintonia comigo mesma, reinar na minha energia e sentir-me completamente envolvida na minha própria bolha de conforto e relaxamento total. Ela ajuda-me a cair na realidade, a respirar, a abrandar e acalmar o meu sistema nervoso que está sobrecarregado. Na melhor das hipóteses, sinto-me que não há ninguém à minha volta e estou completamente calma, livre e um com o mundo.” – Laura Spoerl
8. “É uma coisa reconfortante para fazer. As pessoas normais, provavelmente, entendem e fazem coisas semelhantes, mas a diferença é que a Estereotipia autista se sente como mais necessária, e tentar impedir, é provocar um desconforto para nós. Faz-me sentir desconfortável quando não posso fazê-lo.” – Elizabeth Alford
9. “É uma combinação de hábito com a libertação da acumulação de stress ou energia interna do corpo. Não é algo que faças apenas quando te sentes ansiosa ou tens sentimentos negativos, sentes-te bem. É uma espécie de algo necessário.” – Planet Autism
10. “Quando estou stressada ou sobre estimulada, calmamente murmuro ou gemo. Quando estou extremamente feliz, sorrio um sorriso de ‘Cat Cheshire’, balanço para trás e para a frente e falo um pouco. Estereotipia é reconfortante e deixa de fora a pressão de boas e más emoções. Eu não acho que precise necessariamente de Estereotipia, eu apenas faço.” – Rachel Mills
11. “Estereotipia é como respirar... Tão natural, tão importante.” – Katy Kenah
The Mighty

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

"Deficientes deveriam estar num dentro de terapia intensiva"

"Tadinha!"
"Que dó...vai ser sempre dependente de alguém!"
"Coitado...deve ser triste nascer assim,né?"
"Que vida terrível ele e a família devem levar"
"O que uma pessoa assim vai fazer dentro de um colégio?"


Já escutei e escuto tudo isso. É,não é criação. Tudo fato.






Jovem que nasceu sem braços realiza sonho de dar aulas de educação física


Carolina Tanaka Meneghel assumiu cargo de professora em Piracicaba.
Ela foi aprovada em um concurso público municipal no início deste ano.

Carol e alunas da escola municipal que dá aulas em Piracicaba (Foto: Fernanda Zanetti/G1)



A professora de educação física Carolina Tanaka Meneghel, de 29 anos, que nasceu sem os braços, realizou o sonho de começar a dar aulas. No início do ano, ela foi aprovada em concurso público da Prefeitura de Piracicaba (SP), cidade onde mora, e aguardava a convocação. A professora Carol, como é chamada agora, deu sua primeira aula no dia 21 de julho na Escola Municipal Professora Judith Moretti Accorsi.
“Está sendo fantástico, estou realizando meu sonho. Estudei quatro anos para me formar. E agora estou trabalhando na área. Venho para ensinar as crianças, mas a cada dia também estou aprendendo com elas”, afirmou.
Para Sergio Roberto Romanini, coordenador de educação física da Secretaria Municipal de Educação, a jovem é um exemplo de vida para professores e alunos.
"Ela é uma figura motivadora. Sua história de superação nos trouxe o desafio de ter como colega de trabalho alguém que vence limitações com muita vontade e dedicação."

A professora disse que o primeiro contato com os alunos foi de bastante conversa. Segundo ela, quando as crianças a viram, fizeram muitas perguntas e ficaram curiosas. “Eu expliquei para eles que nasci sem os braços, contei tudo que faço com os pés. E também falei que precisaria da ajuda deles durante as aulas. Eles me receberam muito bem e não sofri nem um tipo de preconceito. Mesmo porque falei que não aceitaria nenhum tipo de brincadeira nesse sentido."



Primeira aula

Antes de estrear na unidade de ensino escolhida por ela, Carol já se preparava para o novo desafio. “Para mim tudo é muito diferente, cheio de novidades. Eu já estava me preparando porque sabia das dificuldades que poderia enfrentar.”

Carol durante explicação de atividade com alunos em escola de Piracicaba (Foto: Fernanda Zanetti/G1)Carol durante explicação de atividade com alunos em escola de Piracicaba (Foto: Fernanda Zanetti/G1)
Comando pela voz
Carol disse que, durante as aulas, explora bastante a fala para orientar as crianças e ensiná-las a fazer os exercícios da melhor forma. “A minha voz é minha guia. É com ela que prendo a atenção das crianças. Eu falo o que elas precisam fazer e elas fazem. Quando preciso demonstrar a forma correta de alguma atividade, que utiliza os braços peço ajuda para um dos alunos.”
Aprendemos que cada pessoa é de um jeito e que temos que respeitar todo mundo"
Bruna Matos Geraldi, de 8 anos
Em uma das atividades em que mescla educação física e brincadeira, Carol estimula os alunos a usarem o raciocínio rápido com a matemática e, ao mesmo tempo, a correrem atrás dos amigos. É o pega-pega do par ou ímpar (veja vídeo acima).
Auxiliar
A Prefeitura informou que irá contratar um auxiliar para Carol. “Eu sei das minhas limitações e sei que preciso de alguém para me ajudar com a organização dos materiais da aula e também para fazer algumas demonstrações”, comentou a professora.
A coordenação de educação física da administração municipal afirmou ainda que busca formas para ajudar Carol no trabalho desde que ela foi selecionada. "Quando soubemos que ela seria professora da rede, nos preocupamos com o oferecimento da estrutura necessária para que ela desenvolva seu trabalho. A Prefeitura providenciou um processo para contratação de um profissional que vai auxiliar nas tarefas específicas para as quais ela possa precisar de ajuda", disse Romanini.
Carols e alguns dos estudantes do 3º ano da escola de Piracicaba (Foto: Fernanda Zanetti/G1)Carol e alguns dos estudantes do 3º ano
em Piracicaba (Foto: Fernanda Zanetti/G1)
A escola
A diretora da escola, Mariza Turolla Grin, contou que a chegada de Carol não alterou a rotina da unidade. “Nós não sabíamos, que a Carol viria para cá. Não a conhecíamos. No entanto, foi tudo muito natural. As crianças a receberam com muita tranquilidade. No começo ficaram curiosas, mas depois foi tranquilo. A escola precisou fazer uma adaptação simples no banheiro e nada mais”, disse a diretora.
Já a coordenadora da unidade, Josiane Cristina Stenico de Souza, relatou que a deficiência de Carol não atrapalha nas aulas. “Nossa preocupação com todo professor novato é a adaptação e como será a didática com os alunos. Mas em uma semana de trabalho já percebemos que ela é muito dedicada. Sempre pede ajuda e sugestões para melhorar as aulas.”
Josiane contou que antes de Carol ser selecionada para dar aulas na rede, os alunos da escola já recebiam orientações sobre todo potencial das pessoas com deficiência. “A professora Ângela Maria de Oliveira, do 4º ano B, trabalhou com os estudantes obras de artistas que, por suas deficiências, usam os pés para pintar. Nessa atividade, enquanto os alunos faziam a leitura das obras, outro estudante usava os pés para tentar desenhar.”
Carol com alunos da Escola Municipal Professora Judith Moretti Accorsi em Piracicaba (Foto: Fernanda Zanetti/G1)Carol com alunos da Escola Municipal Professora Judith Moretti Accorsi (Foto: Fernanda Zanetti/G1)
Os alunos
Carol dá aulas para turmas do 1º ao 5º ano e as crianças dizem aprovar a nova professora. “Ficamos impressionados quando ela começou. Imaginei que ela daria aulas bem legais. A professora Carol ensina a gente de um jeito diferente, com brincadeiras que eu nunca tinha feito. É muito legal”, disse Victoria Barbosa da Silva, de 9 anos, e que está no 3º ano do ensino fundamental.
Para Lívia Pissinato, de 8 anos, também do 3º ano do ensino fundamental, as aulas têm sido "maravilhosas". A garota contou que adora as brincadeiras que fazem parte da educação física. Já a estudante Bruna Matos Geraldi, de 8 anos, fez questão de falar do exemplo de superação dado pela professora.
“Estou adorando as aulas. Gosto das atividades e brincadeiras que ela nos ensina. Além disso, aprendemos que cada pessoa é de um jeito e que temos que respeitar todo mundo”, disse a aluna do 3º ano.
Além da escola
No dia a dia, Carol faz praticamente tudo com os pés. Ela abre portas, come, se arruma, lava louças, dirige, escreve e até é capaz de fazer "selfie". Apesar das dificuldades e da necessidade constante de adaptação, a jovem conta que nunca deixou de fazer o que sente vontade (veja abaixo vídeo com a educadora em suas atividades diárias fora da escola).