"Eduquemos as crianças, e não será necessário castigar os homens" - Pitágoras

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

"Faça um círculo perfeito sem compasso"


Надо нарисовать круг быстро и без циркуля? Легко!
Publicado por Клуб для мам "Дети - это радость" em Quarta, 24 de fevereiro de 2016

"Que aluno fraquinho!"

Retirado de: http://www.prof-edigleyalexandre.com/2015/06/voce-aluno-fraquinho.html


Desprezando qualquer forma de barreira psicológica ou patológica que possa impedir que um aluno obtenha um aprendizado satisfatório sobre Matemática, o que determina um aluno fraquinho? O que é um aluno fraquinho? Ou você é um professor fraquinho?
Você é um aluno fraquinho!

Já ouvi muito ele é um aluno fraquinho, tanto por professores que já convivi profissionalmente, como também por outros alunos mais avançados. Neste momento, uma auto-avaliação começa a tomar meus pensamentos e surgi então diversas perguntas. Muitas delas não consigo responder, outras encontro uma solução parcial. A verdade é que, mesmo não sendo capaz de, naquele momento, não encontrar meios para contornar uma situação desfavorável para um estudante, sinto que tenho uma responsabilidade extra sobre o seu aprendizado. E isso me incomoda muito, quando não consigo alcançar a todos como queria.

É muito fácil jogar a culpa para um aluno, alegando que ele é fraquinho e não tem habilidades para seguir os estudos nas próximas séries/ano, dar uma nota negativa e seguir a vida como se nada tivesse acontecido. É muito difícil olhar para o nosso trabalho e ver que temos uma enorme parcela de culpa quando um aluno mostra rejeição às aulas ou aos seus estudos.

Neste momento, me sinto um professor fraquinho, pois os planos traçados não foram suficientes e não atingiram todos os alunos da melhor forma possível. Toda a metodologia e a didática só surtiram efeitos em alguns. E os outros?

Não importa se o aluno tem um grau de desinteresse pela disciplina, ou ainda pelos estudos. Não importa se ele não carrega consigo sua consciência do que significa ser um estudante. Cabe ao professor e a equipe pedagógica ajudá-lo. Não me refiro a dar aula de reforço, planejar e dar uma aula sensacional cheia de recursos, diversão, interatividade, jogos, debates, etc., atraindo a atenção do seu aluno para as aulas de Matemática ou de qualquer disciplina. Claro, tudo isso conta muito e auxilia incrivelmente.

Porém, existem duas situações que percebi que surtem efeitos rápidos. Tais fatores trazem bons resultados, principalmente para aqueles não atingidos por outras metodologias diretas e indiretas aplicadas em sala de aula.

Independentemente se o professor tem tempo ou não, isso não pode servir como justificativa para uma não tentativa de colaborar para melhoria estudantil do seu aluno.

Fator 1 - Não desista do seu aluno

Já li muitos textos em sites especializados em Educação. A maioria deles apontam que a aprendizagem está relacionada a diversos fatores. O bom ensino por parte do professor é um deles. E quando este falha? O que fazer? Muitas vezes pensamos:
  • Eu trabalho em dois expedientes, não tenho tempo para auxiliar um aluno em outro horário;
  • Não sou pago para dar aula reservada, dou aula somente para turma;
  • Não entendeu o assunto agora, estude mais em casa;
  • Não posso fazer nada.

Às vezes, a solução é mais simples do que imaginamos. Na maioria das vezes, o problema pode ser contornado, insistindo no mesmo método de aula. Como assim?

Seja uma aula teórica tradicional, utilizando novas tecnologias ou com objetos de aprendizagemlúdicos; não desista do seu aluno e não deixe que ele perceba sua fraqueza por não saber lidar com essa situação.

Sou professor do 6º ano do Ensino Fundamental 2 ao 3º ano do Ensino Médio, e todo o dia lido com situações que me deixam "sem saída".

Durante o 1º bimestre deste ano (2015) um aluno do 6º ano lutava incansavelmente para entender um conteúdo, relativamente simples para nós, mas para ele não. A única alternativa que apliquei nos momentos em sala de aula, foi insistir em explicações mais detalhadas ainda.

No final do bimestre a avaliação deste aluno coincidiu com o meu aniversário. E neste dia, ao informar a sua nota (9,0), recebi uma cartinha que me fez chorar. O final da carta dizia assim: "...obrigado por não desistir de mim."

Continue lendo.

Fator 2 - Método do "faça errado, mesmo sem saber como"

Depois de tantas explicações e observações pontuais específicas sobre o conteúdo em questão, anotei uma série de instruções para ser realizada em casa pelo aluno. Como não há tempo suficiente para auxiliá-lo individualmente, a ideia que veio em minha mente é de saber o porquê de ele não aprender.

São elas:

  • Leia atentamente as definições e conceitos matemáticos atentamente;
  • Observe bem a linguagem matemática dos exemplos e dos exemplos resolvidos;
  • Crie um exercício de nível fácil e tente resolvê-lo;
  • Crie um exercício de nível médio e tente resolvê-lo;
  • Crie um exercício de nível avançado e tente resolvê-lo;
  • Quando não conseguir resolver nenhum exercício de qualquer nível, mesmo assim tente resolvê-los.
    • Tente resolvê-los sem ajuda externa;
    • Mesmo quando haver dúvida do que vai calcular, assim faça;
    • Nunca deixe de fazer um cálculo, por medo de errar, pois esse é o momento de errar;
    • Algum aprendizado carrega consigo, resta identificar como aplicar corretamente.

Após uma semana de aula sobre um determinado conteúdo matemático, aliado aos estudos frequentes em casa, tentar resolver problema-situações não é fácil, pois a falta de confiança ainda supera o medo de errar.

E é neste ponto que este "método" começa a fazer a diferença, pelos menos com os meus alunos.

O papel do professor nesta tarefa:
Ao fazer as correções dos exercícios com a turma, a instrução principal é: NUNCA APAGUE AS RESPOSTAS ERRADAS encontradas em sala de aula ou em casa. Em vez disso, corrija os possíveis erros escrevendo as soluções corretas ao lado das respostas erradas.

Desta forma é possível comparar e localizar os verdadeiros erros que levaram o aluno a não entender o conteúdo total de forma correta. Na maioria das vezes é uma questão de caráter interpretativo que levou a confundi-lo.

Concluindo

A ideia deste post não é influenciar na forma como você, professor, administra suas aulas e o aprendizado de seus alunos. No entanto é importante perceber que a maioria das vezes que identificamos deficiências cognitivas em nossos alunos, foram através de um simples bate papo informal em sala de aula ou mesmo pelos corredores da escola.

Nem sempre é possível identificar deficiências comuns, pois estas exigem o olhar de outro profissional qualificado. Por exemplo, tenho um aluno com dislexia, e que fiquei sabendo deste fato muito tempo depois. Suas habilidades com cálculo nunca foram anormais, mas só agora percebi que o que falta nele é saber interpretar problemas e enunciados contextualizados. Neste caso um acompanhamento específico é necessário para a sua evolução escolar.

É importante estar ciente de que a deficiência escolar de um aluno em alguma disciplina não deve ser associada somente a sua capacidade intelectual de aprendizagem, e assim, denominá-lo como ele é muito bom ou ele é fraquinho. Tais situações não podem ser apenas identificadas em avaliações formais escritas. Muito menos em 50 minutos de aula.
EDIGLEY ALEXANDRE
Graduado em Matemática pelo DME na UERN em 2007, leciona Geometria, Matemática e Física. Seu interesse é compartilhar conhecimento matemático interligado à Tecnologia da Informação e Comunicação. Já publiquei 814 posts no blog.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Somos todos autistas

Somos todos autistas: a gradação está nos rótulos

Scheilla Abbud Vieira


"Quando eu me recuso a ter um autista em minha classe, em minha escola, alegando
não estar preparada para isso, estou sendo resistente à mudança de rotina.


Quando digo ao meu aluno que responda a minha pergunta como quero e no tempo que determino, estou sendo agressiva.


Quando espero que outra pessoa de minha equipe de trabalho faça uma tarefa quepode ser feita por mim, estou usando-a como ferramenta.


Quando, numa conversa, me desligo “viajo”, estou olhando em foco desviante, estoutendo audição seletiva.


Quando preciso desenvolver qualquer atividade da qual não sei exatamente o queesperam ou como fazer, posso me mostrar inquieta, ansiosa e até hiperativa.


Quando fico sacudindo meu pé, enrolando meu cabelo com o dedo, mordendo acaneta ou coisa parecida, estou tendo movimentos estereotipados.


Quando me recuso a participar de eventos, a dividir minhas experiências, acompartilhar conhecimentos, estou tendo atitudes isoladas e distantes.


Quando nos momentos de raiva e frustração, soco o travesseiro, jogo objetos naparede ou quebro meus bibelôs, estou sendo agressiva e destrutiva.


Quando atravesso a rua fora da faixa de pedestre, me excedo em comidas ebebidas, corro atrás de ladrões, estou demonstrando não ter medo de perigos reais.


Quando evito abraçar conhecidos, apertar a mão de desconhecido, acariciarpessoas queridas, estou tendo comportamento indiferente.


Quando dirijo com os vidros fechados e canto alto, exibo meus tiques nervosos, rioao ver alguém cair, estou tendo risos e movimentos não apropriados.


Somos todos autistas. Uns mais, outros menos. O que difere é que em uns (os nãorotulados), sobram malícia, jogo de cintura, hipocrisias e em outros (os rotulados)
sobram autenticidade, ingenuidade e vontade de permanecer assim. "

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Aluno com paralisia cerebral não teve correção justa no ENEM

Retirada deste site


Edição do dia 13/02/2016
13/02/2016 14h16 - Atualizado em 13/02/2016 14h55

Redação de aluno com paralisia cerebral é revisada após zero no ENEM

Necessidades especiais não foram consideradas na hora da correção.
“O que eles fizeram comigo foi desumano", disse o estudante.






















A Justiça Federal determinou que o Inep corrija novamente a redação de um jovem que teve nota zero no Enem. O candidato tem paralisia cerebral, mas as necessidades especiais não foram consideradas na hora correção.

“Ele nunca levou um zero e esse zero foi determinante. É esse zero que a gente está questionando porque é dito que ele foi analisado de uma forma diferente, mas eu quero saber que critérios”, diz a mãe do estudante, a jornalista Mônica Nunes.


Os critérios do MEC para anular uma redação estão no edital do Enem: quando o candidato não utiliza um texto dissertativo-argumentativo deixa a folha em branco, escreve menos de sete linhas, usa outras formas de linguagem, a exemplo de desenhos, desrespeita os direitos humanos ou foge ao tema. O tema da redação do ano passado foi sobre a violência contra a mulher.


“Em nenhum dos critérios ele zeraria, isso foi totalmente injusto a forma como foi avaliada. Além de não haver um critério diferenciado, ele não tinha possibilidade alguma, mesmo nos critérios gerais, de tirar zero”, fala a professora de redação de Felipe, Maria José dos Santos.


“Não penso só em Felipe, mas quantos Felipes a gente tem, quantos Henriques, quantos Joãos. Então que seja feita justiça”, fala o pai de Felipe, o comerciante Luis Alfredo Filho.


O caso do Felipe foi parar na Justiça Federal, que determinou que o Inep faça uma nova correção da prova num prazo de 30 dias.


O juiz federal, que assina a decisão diz que o Inep, agiu de forma inconstitucional porque não teria levado em consideração a lei de inclusão das pessoas com deficiência.
“Houve uma contradição da administração: num primeiro momento permitiu a inscrição do candidato sob uma ótica de uma pessoa portadora de necessidade especial, só que na correção aparentemente o Inep corrigiu a prova do Felipe como os demais candidatos”, explica o juiz federal Flávio Marcondes.


Em nota, o Inep informou que a nota zero foi pelo que o candidato escreveu. Dois corretores consideraram que o texto não atendia as exigências do edital. O Inep disse que vai recorrer da decisão.


Nem por isso deixou de frequentar a escola até o último ano e fazer o Exame Nacional do Ensino Médio para tentar uma vaga no curso de música. Só que a nota da redação dele foi zero. “O que eles fizeram comigo foi desumano", fala Felipe.O estudante Luiz Felipe Alves aproveita a juventude navegando na internet, estudando, aprendendo a tocar instrumentos e até se arriscando como DJ. Felipe nasceu com hidrocefalia - uma doença que faz o crânio acumular mais líquido do que o normal, e isso provocou uma paralisia cerebral. Ele tem dificuldade motora e na fala e retardo no aprendizado.

Alunos Especiais podem ser reprovados?



Alunos Especiais podem ser reprovados ?
Pedagoga, Psicopedagoga, Neuroeducadora (SP)

Há muitas dúvidas no que refere-se a condução e avaliação do trabalho com crianças deficientes dentro da sala de aula. O conceito de Educação Inclusiva é relativamente novo no Brasil. Foi a partir de 1994 com a Declaração de Salamanca que o Brasil comprometeu-se juntamente com outros países a assumir o seu compromisso com esse público. Tanto que a nossa LDB  9394/96 é a primeira lei a ter um capítulo reservado a Educação Especial.

Apesar de, a partir de 1996, termos dado o pontapé inicial, com a LDB oferecendo diretrizes gerais para a prática de uma educação inclusiva, de lá para cá várias Portarias, Decretos e Publicações tem surgido, no sentido de nortear e esclarecer como isso deverá ser feito, no entanto, fato é que: estamos longe, com raras exceções, de estarmos praticando a educação inclusiva conforme defendido na Declaração de Salamanca.

Há mais matrículas de crianças com deficiência e as mesmas aumentam ano a ano, isso é um fato. Porém como estas crianças estão aprendendo? Como estão sendo trabalhadas? Como os Professores as estão avaliando?

Tanto Professores, Coordenadores e Diretores sofrem com muitas dúvidas no que refere-se a educação de crianças e jovens com deficiência.  Com a proximidade do término do ano letivo a maior delas passa a rondar os Conselhos de Classe: Pode os alunos com deficiência serem reprovados? É obrigatório que eles sejam aprovados?



O QUE DIZ A LDB 9394/96 (CAPÍTULO V): 

Art. 58 . Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.

§1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender as peculiaridades da clientela de educação especial.

§2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns do ensino regular.

§3º A oferta da educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.

Art. 59 . Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais:
I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades;

II – terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados;

III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;

IV – educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora;

V – acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.

Art. 60 . Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e financeiro pelo Poder público.
Parágrafo único. O poder Público adotará, como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com necessidades especiais na própria rede pública regular.

 Como você pode observar acima, coloquei em negrito algumas partes para que você dê atenção minuciosa, pois são nestas passagens que o Gestor e Professores encontrarão a direção inicial para organizarem as adequações que serão necessárias a esses alunos. 



LAUDOS: PARA QUE SERVEM?

Há um equívoco entre os Professores de que se o aluno apresentar Laudo informando a deficiência o mesmo deverá ser aprovado, pois a criança estaria amparada pelo mesmo.

É preciso ficar claro que o Laudo informa uma condição da criança e não a habilita a passar de ano. Da mesma forma que um Professor não medicará ninguém, e nem prescreverá tratamentos, o médico, por sua vez, não tem preparo para avaliar e responder pela aprendizagem da criança, portanto qualquer laudo emitido pelo mesmo ou qualquer outro profissional da área da Saúde com este objetivo não tem efeito.

Cabe ao Professor de posse de Laudos, juntamente com outros registros, tais como:  avaliações, sondagens, entrevistas e observações, traçar trabalho pedagógico condizente com as necessidades do aluno e então verificar se o mesmo está apto ou não a ser aprovado.



FLEXIBILIZAÇÃO CURRICULAR:
O aluno com deficiência seguirá o mesmo currículo que os demais alunos? Nem sempre!

Caberá ao Professor elaborar a flexibilização de currículo adequando-o as possibilidades daquele aluno, bem como a seleção dos melhores métodos, estratégias, técnicas de ensino.

Já no que refere-se as adequações de mobiliário, de ambiente, recursos educativos e Equipe de Apoio, caberá ao Gestor da Escola fazer as devidas modificações e/ou ajustes, contemplando no Projeto Político Pedagógico, como este trabalho será desenvolvido, monitorado e mensurado.

Mas o que é flexibilização de Currículo para os alunos que apresentam deficiência? Não se trata de tirar conteúdosa serem trabalhados ou de reduzí-los pura e simplesmente, e sim de adequá-los, com pequenos ajustes por meio de estratégias de ensino e procedimentos diferenciados, bem como instrumentos avaliativos diversificados.

ADEQUAÇÕES CURRICULARES:

 Já para os alunos que apresentam um nível mais severo de comprometimento cognitivo, de comunicação e/ou de interação social, os conteúdos deverão ser alterados e/ou ampliados, de modo que  estejam contextualizados ao nível cognitivo do aluno, ou seja, adequado ao seu nível de entendimento, a sua realidade social  e proposto com níveis de desafio tal, que possibilite que o aluno caminhe por este currículo e atinja as metas traçadas para ELE, previamente pelo Professor.

As adequações podem ser relativas aos Objetivos, aos Conteúdos, na Organização Didática, nas Metodologias de Ensino e nos procedimentos de Avaliação.

Lembre-se de uma coisa muito importante: as metas traçadas para a SÉRIE é uma coisa, e as metas traçadas para o ALUNO alcançar durante o ano letivo diferem totalmente.  Isso fará toda a diferença entre ser aprovado ou reprovado.



SERVIÇO DE APOIO ESPECIALIZADO:

É necessário que no contraturno o aluno realize atendimento com profissionais especializados, e que a Escola também possa contar com Especialistas que orientem e deem suporte ao trabalho que o Professor estiver desenvolvendo.

Este serviço não exime a família de providenciar tratamento, terapias, caso necessário, fora da unidade escolar.




PROFESSORES CAPACITADOS:

Não basta matricular os alunos com deficiência em uma sala de aula, sem que o Professor que conduzirá o trabalho não for preparado, capacitado, orientado a planejar e desenvolver o trabalho em questão.

Os Professores relatam que sentem-se frustrados e sozinhos, pois são cobrados como sendo os únicos que devem fazer algo a respeito. Geralmente o Gestor não oferece o apoio que o Professor precisa, e nem disponibiliza capacitações para melhor instrumentalizá-los a trabalhar com esses alunos.

Incluir é uma tarefa da Escola como um todo, no seu Projeto Político Pedagógico, nas suas adequações físicas e de mobiliário, na aquisição de recursos materiais, no oferecimento de Equipe de Especialistas, na criação de novas metodologias que atendam esses alunos, na seleção de instrumentos de avaliação, no estabelecimento de critérios de aprovação/reprovação, bem como na capacitação do Professor que trabalhará diretamente com esses alunos.

A Lei só poderá ser cumprida na sua integralidade, e a Inclusão realmente praticada, se todos os elementos que a viabilizem  estiverem sendo contemplados.

AVALIAÇÃO:
A avaliação de um aluno com deficiência deve partir das metas anteriormente traçadas para que ELE atinja. Lembre-se, o Curriculo foi Flexibilizado e Adequado para ele com metas específicas. Assim a Avaliação mais justa que deverá ser feita é a Processual.
Os instrumentos para esta avaliação seriam: Observação com base nos objetivos que foram traçados para o aluno, portfólios, análise da produção escolar, registros do professor em diferentes momentos da prática pedagógica e quaisquer outros instrumentos que possibilitem a verificação qualitativa dos progressos alcançados pelo aluno.
O Professor também deverá considerar todos os avanços alcançados durante este percurso no que refere-se aos: aspectos do desenvolvimento (biológico, emocional, comunicação, etc), motivação, capacidade de atenção, novas estratégias que o aluno desenvolveu para solucionar e/ou superar determinados desafios.

APROVAÇÃO E REPROVAÇÃO:

Se a avaliação é processual, ou seja, do percurso, então é correto afirmar que para cada etapa deste percurso o aluno terá um tempo e ritmo próprio, o qual não se enquadrará nos tempos pré-definidos, os quais chamamos de Bimestres e Séries.

Assim é totalmente possível que no final do ano letivo o aluno tenha atingido as metas de apenas uma parte dos objetivos propostos para Ele, e que portanto deverá dar continuidade na sua caminhada para alcançar o restante. Isso poderá ser feito tanto na atual série onde se encontra, quanto na próxima série, porque ele sempre caminhará em relação a Ele próprio e nunca em relação a série onde está matriculado.

Quando adotamos esta perspectiva, as metas do Aluno, constatamos que, mesmo que seja auferida nota para mensurar esses progressos, esta nota refletirá a qualidade dos resultados alcançados e nunca a quantidade de conteúdos trabalhados.

 Caso este aluno esteja em um modelo de progressão continuada o mesmo caminhará de uma série para outra conforme determinado neste modelo educativo.
Para os alunos que são aprovados baseados na aferição de notas, então deve ser levado em consideração tudo o que já foi dito até o momento. Portanto, é possível sim que um aluno com deficiência, caso não tenha atingido as metas estipuladas para Ele.

O fato é que qualitativamente falando o aluno sempre progredirá e atingirá alguma meta, no entanto, se a Escola adotar o método quantitativo para avaliá-lo então o mesmo poderá ser reprovado. Mesmo assim esta reprovação deverá ser analisada profundamente e sejam pesados todos os dados, pois acima de tudo é necessário que haja o bom senso da escola, dos profissionais envolvidos bem como o consenso dos pais.



TERMINALIDADE ESPECÍFICA:

Determina a Lei que o aluno, independente dos objetivos atingidos e/ou da série cursada e esgotados todos os recursos para o seu avanço, deverá receber a Certificação de Terminalidade Específica.

A idade mínima para conceder tal Certificação é de 16 anos, e a idade máxima é de 21 anos, e deverá ser concedida somente após a apresentação de Relatórios detalhados do desenvolvimento acadêmico do aluno em questão ao longo de toda sua trajetória na Escola, bem como apresentadas as justificativas para a emissão da Terminalidade Específica.

CONCLUINDO:
Como você observou, a questão é complexa e profunda como tudo o que se refere à aprendizagem e à inclusão.

Cada Escola, conforme suas possibilidades se organizará para contemplar a inclusão de cada aluno, levando em consideração as suas particularidades e necessidades, e então traçará modelos de desenvolvimento do trabalho pedagógico e de avaliação que sejam justos com esse aluno, respeitando-o em suas habilidades e necessidades.E na sua Escola como este trabalho é desenvolvido? Sua Escola está com você nesta questão, ou você está sozinha?

FONTES
LEGISLAÇÃO:
 Legislação Ed.Especial
LDB 9394/96 – CAPITULO EDUCAÇÃO ESPECIAL

Portaria Conjunta CENP/COGSP/ CEI, de 6-7-2009 (Estado de São Paulo)
Dispõe sobre a Terminalidade Escolar Específica de alunos com necessidades educacionais especiais na área da deficiência mental, das escolas da rede estadual de ensino e dá providências correlatas.


*Autora: Roseli Brito

Pedagoga, Psicopedagoga, Neuroeducadora e Coach(Universidade Anhembi Morumbi e Universidade de Santo Amaro - SP)


·         Co-autora do Livro: Filhos: O que fazer com eles? Sugestões para Acertar Sempre, Editora All Print.
·         Autora do E-book: “Os 12 Erros que os Pais Cometem com os Filhos, e “ Como ser Pai”.
·         Colunista do Blog SOS Professor e do Blog Como Educar os Filhos. 
·         Coach de Pais: Criadora do Programa Coach de Pais e Programa de Formação de Coach de Pais 
·         Coach de Carreira e Finanças Pessoais 
·          O Instituto SOS Professor:
·         http://www.sosprofessor.com.br/blog/roseli-brito