"Eduquemos as crianças, e não será necessário castigar os homens" - Pitágoras

sexta-feira, 31 de julho de 2015

História da Arte em vídeos e textos

Retirado deste site


Olá pessoal!


O ensino da história da arte tem mudado rapidamente na última década. Para ajudar com tantas mudanças o Smarthistory é um site gratuito sobre a história da arte criado por Beth Harris e Steven Zucker, que são também os editores principais.


Iniciado em 2005, como um blog de ​​guias de áudio para uso no Metropolitan Museum of Art e do Museu de Arte Moderna em Nova Iorque, Smarthistory tem crescido para incluir vídeo, apresentações de slides com anotações, imagens, aplicativos móveis, mídia social e conteúdo escrito criado pelos criadores originais, bem como contribuem historiadores de arte. Smarthistory é uma corporação sem fins lucrativos.


Smarthistory recurso educacional aberto para a história da arte. O conteúdo histórico está disponível gratuitamente para qualquer pessoa, em qualquer lugar. Smarthistory é uma plataforma para a disciplina em que os historiadores da arte contribuir em suas áreas de conhecimento. São oferecidos mais de 600 vídeos e centenas de artigos e estes estão sendo traduzidos em dezenas de idiomas. 


Esta ferramenta insere a História da arte no contexto da cultura colaborativa proposta pela web 2.0, possibilitando que aqueles que desejam obter um conhecimento acerca das artes o tenham sempre que desejar.


Link do site


Confira!

Não tem Artes na grade curricular do colégio? Sem problemas!

ANA MAE INFORMA: A CRISE EUROPEIA E A ARTE/EDUCAÇÃO

Retirado deste site


Gostei muito de uma entrevista do poeta Francisco Bosco
novo Diretor da Funarte. Quando lhe perguntaram o que 
se pode fazer pela Cultura sem dinheiro ele respondeu:  
"Questões relativas a arte e educação, como o ensino 
das artes nas escolas ou os processos formativos, 
não custam dinheiro. Custam vontade e determinação 
política".


Com quase 60 anos  de trabalho como arte/educadora 
em todos os níveis educacionais, da educação infantil 
aos pós-doutorados sou mais realista. Precisamos sim, 
de dinheiro para Arte/Educação mas de muito pouco 
em relação a outras áreas da Arte e da Cultura.



Estive na Espanha agora em julho (2015) e testemunhei 
uma reação muito interessante de pais de crianças contra 
a ausência de Arte nas escolas provocada pela crise. Eles 
são de uma geração que teve arte incluída em sua educação 
e a querem para seus filhos. Observei um workshop de uma arte/educadora excepcional cujo trabalho acompanho desde 
que ela era aluna de doutorado da Complutense em Madri. 
Seu nome é Rita Noguera.


A escola em que trabalhava fechou. Ela se apoia em 
seu trabalho na Pedagogia Sistêmica e na Abordagem 
Triangular. Atualmente desempregada como muitos 
amigos meus em Madri, é frequentemente convidada 
por mães que reúnem crianças em sua casa para 
fazerem Arte, já que não tem Arte na escola. Esta 
moda começou em aniversários. Em vez de comemorar 
os aniversários de seus filhos em estereotipados e 
caros bufês infantis, os pais conscientes da necessidade 
da Arte começaram a convidar arte/educadores para 
planejar e executar atividades artísticas para as crianças. 
Agora nem precisa ser aniversário.


Fotografia: Ana Lia Barbosa Lemos/Rita Noguera 


Acompanhei Rita em um workshop encomendado 
por uma jovem bailarina cubana, mãe de uma 
criança de quatro anos  em Valdemoro, cidade  
perto de Madri. Ela reuniu em sua casa 11 crianças 
de 2 a 7 anos e seus pais (um dos bons princípios 
da Pedagogia Sistêmica é incluir os pais nas 
atividades das crianças), fez um a mesa de lanche 
com muita fruta e bolos mas o pagamento da 
professora foi dividido entre as famílias participantes. 
O dia estava escaldante e brilhante, o condomínio 
era de belas casa mas não luxuosas, chegamos 
uma hora antes.


Fotografia: Ana Lia Barbosa Lemos/Rita Noguera



O espaço foi cuidadosamente preparado em três 
setores. No primeiro setor, a sala, Rita reuniu 
todos sentados no chão, pais, mães sem sapatos 
e crianças também sem camisa, leu uma história 
de travessura de crianças pintando o corpo com 
tinta e mostrou várias imagens de pintura corporal, 
de diferentes civilizações, bem apresentadas em 
papel rígido. Rita tem o talento de prender a atenção 
das crianças. A conversa se desenrolou com  
perguntas e comentários feitos só pelas crianças. 
Os pais pareciam tímidos.



Ainda na sala, Rita propôs que com lápis de cera 
bem macio as crianças começassem a desenhar 
em seus corpos. Os pais começaram a participar. 
Passamos para o segundo setor, um alpendre com 
vista para o gramado e as tintas e pincéis foram 
distribuídas. De início cada um com uma cor 
diferente depois começaram a trocar entre eles 
as cores e a pintarem também os pais e as mães 
que mergulharam na ação.


Fotografia: Ana Lia Barbosa Lemos/Rita Noguera

Fotografia: Ana Lia Barbosa Lemos/Rita Noguera


A experimentação durou uma hora e meia, até que, 
esgotadas as tintas que haviam sido preparadas 
com sabonete líquido para evitar adesão à pele, 
passamos para o último espaço, o gramado 
preparado com baldes e mangueiras.


Fotografia: Ana Lia Barbosa Lemos/Rita Noguera


Depois de limpos e enxutos devoraram os doces 
e as frutas. Os comentários finais foram muito 
entusiasmados e alimentados pelas constantes 
afirmações de:


- Quero mais.


Costuma-se dizer que em tempos de crise só 
os restaurantes permanecem ativos pois todos 
precisamos comer. O que vi na Espanha neste 
verão de 2015 é que pais conscientes das funções 
da Arte na Educação mesmo em tempo de crise, 
quando a Arte,  a proteína  da Educação, é a primeira 
coisa a ser cortada das escolas, providenciam 
experiências de atividades artísticas para seus 
filhos.


Mandei este texto para Rita antes de publica-lo 
e ela me sugeriu lembrar que neste momento de 
crise psicólogos inteligentes recomendam esta 
prática de esporádicos workshops artísticos para 
crianças, como é o caso de Yassodára S. Machado 
e Júlia Durruty, psicóloga da primeira infância que 
é amiga de Rita.



Ana Mae Barbosaespecial para AEP Online

domingo, 26 de julho de 2015

Aquele impacto que nos abala...


Hoje, depois de ler essa matéria (e já com a pulga atrás da orelha,por não saber de sua veracidade) e de participar de um caloroso e saudável debate com professores do RJ, resolvi trazer indicações de lugares propícios para sanarmos/atenuarmos essa notícia tão frustrante. Esse lugares são SEBOS.Os físicos, os da vida real. Os que existem ali,do lado de estações de ônibus e metrô. E tem mais outros lugares ,onde os livros são 0800!


Pretendo postar mais,a medida que eu for achando e lembrando. 

Vamos lembrar que em setembro de 2015 tem a tão querida e famosa BIENAL DO LIVRO no RJ!



SEBOS


Sebo Baratos da Ribeiro - Botafogo:
http://www.baratosdaribeiro.com.br/

Sebo Luzes da Cidade - Botafogo
https://www.facebook.com/pages/Luzes-da-Cidade-Livros-Um-novo-conceito-de-sebo/473616426035649



LIVROS 0800

Biblioteca sem Paredes - Grajaú:
http://www.bibliotecasdobrasil.com/2014/05/biblioteca-sem-paredes-rio-de-janeiro.html

Ninhos de Livros - em vários pontos do RJ:
http://vejario.abril.com.br/materia/gente/renata-tasca-e-a-criadora-do-ninho-de-livro/



SEBO VIRTUAL (não foi citado antes,mas não pode faltar! Praticidade é tudo! )

Estante Virtual - sebo virtual,com livros a preço baixo vindos de todo o Brasil:
http://www.estantevirtual.com.br

USP oferece videoaulas voltadas para a formação docente

Retirado deste link



Assista os vídeos de cada link,clicando aqui


domingo, 19 de julho de 2015

Não é lápis, não é pincel, é o que se quiser

Retirado deste link

SARA DIAS OLIVEIRA (Texto) e NELSON GARRIDO (Fotografia)

Não tem forma definida, parece plasticina de grafite, permite múltiplas texturas, obras em grande escala. Serve para desenhar e não só. É para profissionais e, no futuro, será para crianças curiosas em juntar cores. A nova criação da Viarco suja as mãos e não tem manual de instruções.

Estranha-se quando a pasta é colocada em cima da mesa sem rótulo, sem descrição de ingredientes, sem nome, sem livro de instruções. A massa está dentro de um saco plástico e parece um monte negro de plasticina. Toca-se, mexe-se, e é agradável ao toque, suja-se imediatamente as mãos — nada que não saia com água e sabão. Depois molda-se, entranha-se e trabalha-se sem limites, ao gosto da arte. Fazem-se bolas, quadrados, rectângulos, simula-se um pincel, tenta-se moldar um lápis e ataca-se a folha em branco para perceber as potencialidades do mais recente produto criado pela Viarco, a única fábrica que produz lápis em Portugal, instalada em São João da Madeira.

A artista plástica Alexandra de Pinho mete as mãos nessa espécie de pasta de grafite. Molda-a, experimenta-a no papel. A primeira reacção ao toque lembra-lhe a borracha que é usada para apagar grafite, mas este material faz precisamente o contrário. Cria, não apaga. “A sobreposição é conquistada gradualmente, com o carvão não se consegue isso”, comenta.
É mole, é grafite, parece argila, não tem forma e, por isso, pode ser o que o artista quiser. Pede papel com gramagem de mais de 500 gramas quando é misturada com água, ficando ainda mais escura na folha, quando se movimenta em meio líquido. Chama-se Art Graf N.º1 e estará no mercado dentro de um mês. Primeiro para profissionais das artes, depois, num tempo ainda a definir, surgirá com cores primárias especificamente para crianças que com bolinhas, ou outras formas, poderão juntar e criar tons.








Parece argila, não tem forma e, por isso, pode ser o que o artista quiser

Este material surge de vários comentários, conversas, opiniões que se foram registando, questionando, digerindo, maturando, testando. Há alguns anos, o pintor José Emídio bateu à porta da Viarco à procura de uma ferramenta que lhe permitisse fazer uma obra de grande escala e com traços grossos. O que encontrou não servia para o que pretendia. Depois disso, em conversas com artistas, José Miguel Araújo, dono da Viarco, percebeu que havia quem se questionasse por que razão não havia no mercado material de desenho e pintura para pessoas com problemas de motricidade fina. A ideia de uma plasticina que agarrasse um lápis ou um pincel foi mencionada em mais conversas com outros artistas. No ano passado, à última hora, José Miguel teve de substituir um artista plástico num workshop para miúdos no âmbito do Imaginarius – Festival Internacional de Teatro de Rua, de Santa Maria da Feira. Decidiu improvisar, levou um pedaço de grafite e colocou-o no meio da mesa. Foi a loucura. As crianças agarraram-se ao grafite, molharam-no em água, e começaram a desenhar.

A ilustradora Lara Luís começa por testar a massa de grafite como se fossem carimbos. As mãos estão sujas, mas isso não importa. E quem percebe da arte não borrata desenhos. Pressiona bolas e outras formas no papel. “As crianças vão gostar disso”, diz. A Viarco tem essa noção. Mas para criar as cores básicas nessa pasta mole é preciso ainda estudar e testar a concentração e quantidade de pigmentos.

Depois de pequenas bolas, de experimentar o que o produto permite em termos de texturas, de brincar com a massa, a ilustradora usa um pincel para desenhar uma das figuras das suas ilustrações — uma miúda de cabelos compridos e pretos. Não dá para moldar a pasta como se fosse um lápis para o traço mais fino? “É mole para bico de lápis”, responde. Para uma maior definição e detalhe serão precisas outras ferramentas. Lara Luís sai da sua zona de conforto em termos de materiais e não se sente perdida. Pelo contrário. “Dá para fazer muitas texturas. Este material consegue ser imensa coisa ao mesmo tempo”, conta. Não tarda muito e Lara Luís sente-se em casa. Percebe que aquela massa tem capacidades para fazer o que faz habitualmente com o pincel. “É incrível para texturas”, garante.

Percebe-se que a noção de escala é importante e adapta-se essa pasta a um desenho numa folha pequena. Alexandra de Pinho confessa que nunca usou um material tão maleável para desenhar. E não é nada habitual trabalhar com um instrumento que não existe, que tem de construir no momento. “Não há contacto directo com a base de trabalho, a não ser que se utilize os pincéis”, refere. Eles acabam por entrar na experiência para obter traços mais finos.

A Viarco não fecha os ouvidos a qualquer observação, crítica, sugestão e se José Miguel escuta duas vezes uma observação relacionada com alguma coisa relativa à sua área de negócio, então é porque mais gente anda a pensar no mesmo. Foi o que aconteceu neste novo produto. Não se limita a produzir lápis, gosta de inovar. “Gostamos de fazer diferente. Temos uma versatilidade e uma flexibilidade que muitos não têm. Muitos têm a máquina tão afinada que não produzem nada de diferente”, refere. Quanto à mais recente criação, José Miguel tem a sua opinião. “Isto é desenho e não é desenho, permite tudo.”
 







A ilustradora Lara Luis (à esquerda) e a artista plástica Alexandra de Pinho

Alexandra de Pinho continua a testar o material, esboça o desenho de uma carta antiga, o tema que anda a explorar nas suas obras. “Quando surge um material novo como este, não há técnica, vale experimentar tudo”, afirma a artista que está habituada a colar e coser tecidos nas suas telas. O que tem nas mãos é um desafio. “Há muita liberdade de registo, não há restrições, não há limites e tem uma grande abrangência de texturas. Tem muito potencial e vai ser uma lufada de ar fresco”, avisa.

Este novo produto já anda em escolas secundárias e em universidades pela mão do artista plástico Ricardo Pistola, que no âmbito da sua tese de doutoramento em Educação Artística, apoiado pela Fundação para a Ciência e para a Tecnologia, está a testá-lo junto de alunos e também de artistas a quem pede que respondam a uma grelha de avaliação que criou para perceber as potencialidades do produto — os novos materiais da Viarco são uma parte do seu estudo acadêmico.

O material é colocado à disposição sem indicações de utilização, sem manual de instruções. O objectivo é ver reações e utilizações. Regra geral, brinca-se primeiro com a pasta, depois fricciona-se no papel para ver o que acontece, percebem-se texturas, os traços que podem surgir. Molda-se o que se quer, como se quer, para criar o que se quer. Quase todos desenham, mas nem sempre é assim. Ricardo Pistola viu alunos de escultura a criarem objetos escultóricos com essa pasta mole, sem qualquer risco na folha ou desenho para memória futura. “Uma vantagem deste material é de não ter referente em termos de instrumento de desenho. É versátil e não serve só para desenhar”, observa o artista.

Ricardo Pistola sente o corpo mais envolvido no desenho quando o artista tem de criar o seu próprio instrumento de trabalho. “O corpo envolve-se porque tem de reconstruir e redefinir o instrumento com que quer desenhar. É um híbrido que permite construir uma ferramenta. Molda-se, deixa-se secar e usa-se”, resume. Além das possibilidades que se conquistam no desenho em grande escala, há também a questão do tempo. Com uma ferramenta que pode ter a forma que se quer a cada segundo, a cada traço, a cada textura, Pistola considera que a percepção do tempo muda. Menos tempo para um trabalho de grande escala, talvez mais para desenhos de pormenor até a mão se habituar. “O tempo do desenho passa a ser diferente”, comenta.

O Art Graf n.º 1 chega ao mercado dentro de um mês em dois formatos. Já foi mostrado aos distribuidores internacionais da empresa e divulgado numa feira nos Estados Unidos no mês passado. José Miguel Araújo garante que o 
feedback tem sido positivo. Há já três países interessados em comercializar o material: Estados Unidos, Coreia e Austrália.

Neste campo, a fábrica de lápis tem uma filosofia muito própria. “A arte é um nicho de mercado. Nesse nicho há nichinhos e dentro desses nichinhos há um enorme mercado”, diz José Miguel Araújo. E, como em tudo, é preciso perceber como os conceitos se comportam no mundo real. “Primeiro surge a ideia, depois é preciso saber se conseguimos fazer. Se conseguimos fazer, temos de ver se funciona. Se funciona, temos de ver se tem impacto. E depois vamos às contas”, remata o dono da Viarco.  

 







Há já três países interessados em comercializar o material: Estados Unidos, Coreia e Austrália







sábado, 18 de julho de 2015

Mudanças na Licenciatura

Professores terão formação mais longa
Licenciaturas terão maior duração e contarão com estágio supervisionado em escolas


12/07/2015 - 22h23min


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Professores terão formação mais longa Michael Gonçalves/Agencia RBS

Foto: Michael Gonçalves / Agencia RBS
A formação dos professores será mais longa e mais voltada para a prática em sala de aula. É o que define parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE), que já foi homologado pelo Ministério da Educação (MEC) e que deverá ser colocado em prática em até dois anos, prazo para que os cursos em funcionamento se adequem às novas regras.


A homologação do Parecer 2/2015 é parte do pacote de medidas adotadas pelo governo no final do primeiro ano de vigência do Plano Nacional de Educação (PNE). Entre as mudanças está a exigência de uma carga horária maior para os cursos de licenciatura, que passam de 2,8 mil, o equivalente a três anos de formação, para 3,2 mil ou quatro anos de formação. Para a segunda licenciatura, a duração é de 800 a 1,2 mil horas, e os cursos de formação pedagógica para os graduados não licenciados devem ter a duração de 1 mil a 1,4 mil horas. 


Os futuros professores terão durante todo o curso atividades práticas, além do estágio supervisionado em escolas.


– Há uma perspectiva de integração da educação básica e superior. Pensar a formação dos professores agora não é uma atribuição apenas das instituições de ensino superior, mas é uma parceria com a educação básica – explicou o relator do parecer, Luiz Fernandes Dourado.


Outra novidade é a maior integração entre a formação inicial dos professores e a formação continuada, oferecida aos docentes já formados. A formação envolverá as escolas e as secretarias de estado, além das instituições de Ensino Superior em atividades, cursos de extensão, atualização, aperfeiçoamento, especialização, mestrado e doutorado.


O parecer traz dados de 2013. Eles mostram que 25,2% do total de 2,14 milhões de docentes não têm a formação em nível superior. A maior porcentagem está na educação infantil, que atende crianças de até seis anos, onde 40% não tem essa formação.


– A principal modificação é compreender que a docência é um ato que tem de ser aprendido. A relação teoria e prática está presente do primeiro ao último ano de formação – analisa a presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), Maria Margarida Machado.


O parecer é o primeiro passo para a Política Nacional de Formação dos Profissionais da Educação Básica, prevista no PNE. A proposta do MEC para a Política está em consulta pública na internet. O MEC está colhendo opiniões sobre cada uma das partes da proposta. A intenção é fortalecer o regime de cooperação entre União, estados e municípios para a formação de professores.


Entre as propostas em consulta está a de que estudantes que tenham financiado cursos de licenciatura possam pagar a dívida dando aulas em escolas públicas.

Sala de aula,objeto de pesquisa

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A escola é o lócus privilegiado da formação do docente, reconhecendo essa dimensão em seu trabalho, aperfeiçoando as práticas e gerando mais conhecimentos
A escola é o lócus privilegiado da formação do docente, reconhecendo essa dimensão em seu trabalho, aperfeiçoando as práticas e gerando mais conhecimentos

Rosiane Moro 



Todo professor sabe que a graduação universitária é apenas o primeiro passo da sua formação e que ainda terá muitos anos de estudo pela frente para complementar sua educação inicial.  O problema é quando vai para sala de aula, e atuando em dois ou até três turnos, não sobra tempo para se dedicar à pesquisa, e muitas vezes nem dinheiro para investir em cursos, seminários e congressos. Há ainda a falta de incentivo e de reconhecimento por parte das escolas e até de um plano de carreira específico. 


A boa notícia é que esse cenário está começando a mudar. O Plano Nacional de Educação, estabelecido pelo MEC, lançou metas importantes a serem implementadas nos próximos anos com foco no docente, como a formação, em nível de pós-graduação, de 50% dos professores da educação básica, a formação continuada na área de atuação do professor e planos de carreira que devem ser estabelecidos por cada município. 


Dentro desse contexto de valorização da educação continuada, ganha destaque a figura do professor que consegue incorporar a pesquisa às atividades do dia a dia. “Isso é inerente ao exercício da docência, considerando que os processos de ensino e aprendizagem pressupõem a construção de um conhecimento específico. A partir desse ponto de vista, não existe professor que não seja pesquisador. O que ocorre é que a dimensão da produção de conhecimento, por não ser sistematizada, acaba não sendo reconhecida”, explica a educadora Maria Alice Setúbal. E completa: “Mesmo sem intencionalidade explícita, o professor no exercício da docência está produzindo um conhecimento que é expresso tanto na sua atividade, como na produção do aluno no ato de aprender. A escola é o lócus privilegiado da formação desse docente, reconhecendo essa dimensão em seu trabalho, aperfeiçoando as práticas e gerando mais conhecimentos. É importante que as redes de ensino forneçam as condições necessárias para que a escola exerça seu papel de formação do professor”. 


A compreensão da pesquisa como componente da prática educativa, assim como a prática oriunda da ação de pesquisa é uma relação pouco explorada no processo de formação inicial do professor. Essa é a opinião de Jalmira Damasceno, professora do curso de Pedagogia e coordenadora do polo Arte na Escola na Universidade Federal da Paraíba, campus Bananeiras. “Produzir sentido, acerca dessa relação, no fazer cotidiano da profissão se torna mais difícil pela própria demanda de trabalho que esse cotidiano absorve. Porém, acredito ser esse o nosso desafio, como professor da educação básica e como professor da universidade no contexto da formação de professores. É necessário compreendermos que não há uma dicotomia entre pesquisa e prática, mas características diferenciadas que constituem a relação entre as duas.” 



Paixão como referencial


A pesquisa ganha mais força ainda quando avaliamos a frágil formação do professor. Por isso, complementar os estudos com leituras constantes e com a articulação da teoria com a prática é fundamental para docência. “Buscar referenciais teóricos e confrontá-los com a prática é um exercício muito valioso”, acredita Celso Vasconcelos, especialista em educação e autor de vários livros sobre o tema. Para ele, todo professor deve selecionar um tema pelo qual seja apaixonado e transformá-lo em seu referencial de pesquisa. “Sei que muitos alegam falta de tempo, mas se você levar em consideração que até a aposentadoria o professor tem 30 anos de atividades, não acredito que ao longo desse período ele não seja capaz de se aprofundar no seu tema de interesse.” 


Outra dica do educador, que já foi professor, coordenador pedagógico e gestor escolar, é utilizar a reunião pedagógica semanal para complementar a pesquisa com a troca de experiências com os outros professores. Ele alerta que no caso específico do ensino de artes, a pesquisa ganha maior relevância, uma vez que a disciplina não tem o mesmo reconhecimento que as demais dentro das escolas, cabendo aos professores da área reverter essa visão equivocada. “A arte será o referencial da aprendizagem no futuro, já que os professores de outras áreas vão entender que por meio dela é possível ensinar qualquer disciplina de forma lúdica, mas até lá temos um longo caminho pela frente”, assegura. 


Em algumas regiões do país, o trabalho será ainda mais árduo, como nos conta o professor da Escola Liceu Nóbrega, de Recife (PE), Marcelo José Santos. “Acho que o nosso Estado está bem atrasado em relação aos outros. Por aqui ainda é muito comum termos professores de outras disciplinas dando aulas de artes”, afirma. A busca por atualização é feita com muito esforço. “Leio muitos livros, faço pesquisas na internet e participo das reuniões do polo Arte na Escola da Universidade de Pernambuco. É lá que estou aprendendo a sistematizar e documentar as minhas pesquisas”, diz o professor. Outra dificuldade é conseguir liberação das escolas para participar de cursos e congressos. “É preciso explicar para os gestores a importância da atualização”, desabafa Marcelo.
 



Sala de aula


Poucas são as profissões que têm um vasto laboratório de pesquisa, como a sala de aula, à sua disposição. Nela é possível testar e aperfeiçoar as práticas de ensino no dia a dia, desde que a temática seja séria e bem estruturada. “Não existe prática consistente sem embasamento teórico, por isso quando o professor entra em sala de aula, já começou a sua pesquisa de trabalho, mesmo sem perceber. O que falta a ele é organizar esse estudo, registrar o desenvolvimento das atividades, formatar suas conclusões e experiências em forma de projeto e divulgar para os colegas”, avalia Leila Baptaglin, professora do curso de Artes Visuais e coordenadora do polo Arte na Escola na Universidade Federal de Roraima. “É frustrante ver trabalhos ótimos sendo realizados em sala de aula e o professor não colocar isso no papel, não compartilhar”, reforça. 


Já Eliane Tinoco, professora substituta da área de Ensino do curso de Artes Visuais e coordenadora do polo Arte na Escola na Universidade Federal de Uberlândia, diz que a pesquisa em sala de aula é importante, mas muitas vezes não é valorizada nem dentro da própria universidade – há alunos que se formam sem fazer o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). “Por isso é importante ir além da graduação, cursar mestrado e doutorado, onde se aprende a pesquisar, analisar e sistematizar o seu objeto de interesse”, defende. Outro ponto destacado pela professora é a implantação de um plano de carreira, pois só assim o profissional tem incentivo para voltar para a universidade. 



Tempo de pesquisa


Sistematizar todos os processos em sala de aula requer tempo, disciplina e dedicação do professor, e o mesmo vale para quem se lançar nos cursos de mestrado e doutorado. “Acredito ser esse o nosso desafio. Pensar o registro, a fundamentação da ação, bem como aprender a construir questionamentos sobre o fazer e formular hipóteses acerca das proposições de aprendizagem é o caminho para a construção da ‘práxis’, no sentido mais amplo desse conceito”, observa Jalmira. 


Todo processo de transformação leva tempo para se tornar realidade, mas os resultados obtidos por quem saiu na frente são claros. No Rio Grande do Sul, a prática de pesquisa já vem sendo incorporada ao curso de formação do professor. “Ainda escutamos nas escolas discurso de alguns professores que afirmam que a academia / universidade está afastada das salas de aula. Por outro lado, percebo que cada vez mais os professores de redes de ensino estão buscando aperfeiçoamento em nível de pós-graduação e realizando pesquisas que problematizam sua prática. Alguns programas do MEC, como o PIBID, também contribuem para a aproximação da universidade com a escola e, com a chegada de egressos desses programas nas instituições de ensino, penso que a pesquisa se torna mais presente no cotidiano do professor. Percebo que atualmente nossas licenciaturas incentivam cada vez mais a pesquisa, panorama bem diferente de anos atrás. Um exemplo é que as práticas vinculadas às disciplinas ocorrem desde o início dos cursos e não apenas nos estágios finais, o que contribui para a relação teoria e prática ao longo da formação”, esclarece Caroline Bertani da Silva, coordenadora dos cursos de Artes Visuais e do Polo Arte na Escola na Universidade Feevale, além de professora da rede pública de ensino em Porto Alegre (RS). 

Livros táteis: inspire-se e faça o seu!

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Livros táteis: inspire-se e faça o seu!


“Sim, super importante em muitos casos. Não, não é fácil de encontrar.” Este é o comentário perfeito quando pensamos em livros táteis.


Como existe um monte de gente cheia de talentos manuais no mundo, pensamos em separar algumas imagens que podem inspirar a confecção desses livros que podem fazer a diferença no processo de estimulação e reabilitação de muitas pessoas.
Nas imagens abaixo vocês perceberão que muitos materiais usados na função de página são fáceis de encontrar. Papelão e feltro são alguns deles. Os detalhes que dão forma às imagens também podem ser facilmente encontrados e com um boa tesoura, cola e imaginação podem se transformar até em belos personagens de uma história. Quem sabe a história do cliente?

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Gostaram das ideias? Quem tiver sugestões ou quiser mandar seu material para publicação aqui no site, comenta ou envia email para contato@reab.me
Fonte: Pinterest

terça-feira, 14 de julho de 2015

História de superação

Designer de joias, que nasceu sem nenhum dos dedos, cria obras primas e vende por milhares de dólares

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Para uma pessoa que nasceu sem os dedos, Annette Gabbedey, de 48 anos, tem um trabalho bastante incomum.



Ela é uma das designers de joias mais talentosas da Grã-Bretanha e uma especialista em ourivesaria. É surpreendente o fato dela nem sequer usar ferramentas especiais para ajudar o seu trabalho por conta de sua condição. Em vez disso, ela se adapta aos dispositivos convencionais de artesanato para fazer os enfeites mais deslumbrantes e intrincados. Como ela nunca teve os dedos, Annette diz que ela não se sente como algo estivesse faltando. Na verdade, ela prefere desta forma, insistindo que ela não está inapta. "Eu olho para as pessoas com dedos e fico pensando em como conseguem gerenciar algo com os dedos, porque eles devem ficar no caminho", disse ela. "É apenas a sua própria percepção de como você olha para si mesmo e, para mim, eu nasci assim e eu nunca conheci nada diferente disso".



Annette amarra uma cinta de couro em volta do pulso para manter suas ferramentas e usa uma amarra para fixar as peças no lugar para que ela consiga trabalhar. Embora ela não tenha dedos, suas articulações do punho estão em perfeitas condições, dando-lhe a destreza para segurar pequenos objetos. "Fazer joia é muito tátil e algo que você faz com as mãos. E são apenas os dedos que me faltam”, disse ela. "Eu tenho toda a sensibilidade pelo caminho das minhas mãos, posso sentir tudo o que eu estou tocando e tenho um monte de movimentos com elas".
 As pessoas são muitas vezes surpreendidas com a situação de Annette. "Eu não tenho dedos e é o que a maioria das pessoas espera de um ourives ter. Eu acho que as pessoas perguntam muito mais sobre como eu consigo criar joias do que sobre meu dia a dia", disse ela. "Eu sou muito normal e não deficiente como um todo, mas eu aprecio o fato de as pessoas são fascinadas por eu ser capaz de criar algo”.
 Ela se sente aberta especialmente para a curiosidade das crianças, mas acha chato quando os pais parecem envergonhados. "Eles precisam aprender que isso é normal e este mundo é feito dos mais diferentes tipos de pessoas
".



Annette aprendeu a trabalhar com metais preciosos na prestigiada loja de joias de varejo de Londres, Hatton Garden. Ela rapidamente montou sua própria loja e trabalhou, nos últimos 24 anos, em Frome, uma pequena cidade no nordeste da Somerset, Inglaterra. Uma de suas peças mais caras custa o equivalente a R$ 87.000. O colar é feito de 18 quilates de ouro amarelo e branco, cravejado de diamantes e opalas. Ela fez isso para si mesma depois de completar 21 anos no negócio.


Annette é casada, sua família a apoia muito, incentivando-a a “chegar lá”. "Isso é o que as pessoas fazem quando eles têm um desafio. Muitas pessoas têm desafios de diferentes tipos e meu, suponho, são minhas mãos”, afirma a designer.