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quinta-feira, 18 de setembro de 2014

A Função Social da Escola

A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA

ARTIGO POR ALINE CAMBUI TURIBIO - QUARTA-FEIRA, 27 DE JUNHO DE 2012

retirado deste link


A Função Social da Escola

A Função Social da Escola
Apesar das transformações 
sofridas no decorrer da história, 
a escola representa a 
Instituição que a 
humanidade elegeu 
para socializar 
o saber sistematizado. 
Isso denota afirmar que 
é o lugar onde, por princípio,
 é difundido o conhecimento 
que a sociedade estima 
necessário transmitir 
às novas gerações. Nenhuma outra 
forma de aparelhamento foi capaz 
de substituí-la.

 “Da maneira como existe entre nós, a educação surge na 
Grécia e vai para Roma, ao longo de muitos séculos da 
história de espartanos, atenienses e romanos. Deles deriva 
todo o nosso sistema de ensino e, sobre a educação que 
havia em Atenas, até mesmo as sociedades capitalistas 
mais tecnologicamente avançadas têm feito poucas 
inovações” (Brandão, 2005).

Dentro de cada organização existem classes sociais em 
posições elevadas, as quais criam e impõem um tipo de 
educação que visa a atender interesses particulares e 
reforçar, cada vez mais, o poder dos privilegiados. E as 
escolas transformaram-se nas instituições que mais têm 
colaborado para a efetivação desses objetivos, visto que 
sempre estiveram sobre o controle do estado.

Apesar das modificações conferidas na estrutura do 
ensino brasileiro no decorrer dos anos, nenhuma delas 
instituiu um sistema educacional onde todos tivessem 
os mesmos direitos, onde a intenção principal seria a 
concepção do homem com plena autoridade dos próprios 
meios de libertação; um homem erudito, livre, inteligente e 
crítico, que não se deixa manipular e que pode influenciar 
o estilo de vida e o futuro do país.

Sabe-se que só existem três maneiras de se transformar 
uma sociedade: guerra, revolução e educação. Dentre as 
três, a Educação é a mais viável, a mais passiva, porém a 
que os efeitos só se tornam visíveis em longo prazo. 

“Se teus projetos têm prazo de um ano, semeia trigo; se 
teus projetos têm prazo de dez anos, planta árvores frutíferas; 
se teus projetos têm prazo de cem anos, então educa o povo.” 
(Provérbio chinês).

O sistema educacional brasileiro fundamenta-se numa 
filosofia de racionalização e democratização do ensino, 
mas na realidade atesta a existência de mecanismos rígidos 
de seleção e burocratização, que o configura como elitista.

A educação deveria servir como mecanismo de libertação 
do homem. Esse, por meio da educação formal, deveria 
colaborar para o desenvolvimento do país e, acima de tudo, 
usufruir dos resultados. Porém, tem-se uma educação que 
serve como veículo de transmissão das ideias da classe 
dominante, cujo papel é muito importante na perpetuação 
das condições sociais já existentes.

Existe uma tendência em considerar-se instrução somente 
aquela que ocorre em escolas, ou seja, o ensino formal. 
Mas como diz Brandão: “Não há uma forma única nem um 
único modelo de educação; a escola não é o único lugar 
onde ela acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino 
escolar não é a sua única prática e o professor profissional 
não é o seu único praticante.” Assim, considera-se ensino 
e educação todo procedimento que tem por intento intervir 
na conduta humana.

Atualmente, quiçá pela falta de tempo da maioria dos pais, 
é imposta à escola toda a responsabilidade em relação à 
educação dos alunos. Mas não pode ser desse modo. Por 
mais que a escola se encoraje e tenha consciência da sua 
função, ela jamais poderá suprir a família. O papel dos pais 
na educação é de extraordinária importância para a formação 
integral do educando, pois os filhos espelham-se nos atos 
dos genitores para construir modelos de personalidade e 
caráter para a própria vida. 

A escola não pode continuar a ser uma clínica de abortos. 
Os que fracassam na escola tendem a ser excluídos da 
sociedade. Detrás do insucesso escolar encobrem-se aflições, 
frustrações, amarguras, enfim, sofrimentos. A impulsiva 
fabricação do malogro escolar não se restringe a um problema 
educacional. Trata-se de um problema social, cultural e até 
econômico. Com o fracasso escolar justificam-se, posteriormente, 
mais tumultos sociais, mais cadeias, mais clínicas psiquiátricas.

A educação não pode ser meramente um processo de influência 
e reflexão do passado sobre o presente. Deve ser uma ciência 
que permita ao educando se automedicar, acordar a consciência 
e a responsabilidade mediante valores essenciais à vida. Uma das 
finalidades da educação é autorizar que os jovens se concretizem 
por meio da ação e do esforço pessoal para procurar e transformar 
os valores culturais do passado, adaptando-os à realidade.

Os pais, os mestres e a própria instituição educacional têm como 
objetivo imprimir a cultura, mas não apenas. Também têm como 
desígnio ajudar o jovem a desenvolver a capacidade de criar suas 
próprias formas de cultura; promover ao jovem o desenvolvimento 
das habilidades pessoais para que ele mesmo seja capaz de 
cogitar sobre o que lhe é transmitido, de aceitar, mas acatar com 
espírito crítico, independência, liberdade e consciência.

Para John Dewey, “a educação não é algo que deva ser inculcado 
de fora, mas consiste no desenvolvimento de dons que todo o ser 
humano traz consigo ao nascer.” Destarte, a educação não seria 
um processo de difusão ou de imposição dos valores culturais 
assimilados pelas gerações mais velhas; não seria algo estruturado 
deliberadamente pelas instituições, mas germinaria da alma do ser 
humano.

Toda vez que se reflete sobre a educação, precisa-se, em princípio, 
ponderar-se no ser em que vai processar-se a educação: o homem. 
Esse, não apenas como elemento do educativo, mas como atuante 
do processo educacional. É o homem que individualiza e estabelece 
a estrutura, os fins e os objetivos da educação que pretende. Uma 
educação para o homem que convive, e não para o indivíduo absorto; 
para o homem que encara a vida, que busca situar-se, que aspira ser
.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
PENIN, Sonia Teresinha de Sousa. Progestão: como articular a 
função social da escola com as especificidades e as demandas 
da comunidade? Brasília: CONSED, 2001
.

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