"Eduquemos as crianças, e não será necessário castigar os homens" - Pitágoras

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Empreendedorismo chega às escolas


FONTE: Jornal Carreira & Sucesso
Por Erica Nacarato


Com um mercado de trabalho cada vez mais competitivo e a crescente demanda por profissionais hábeis e capazes de lidar com o mundo dos negócios, os cursos de empreendedorismo deixaram de ser exclusivos para os empresários e chegaram às salas de aula. Desde cedo, as crianças aprendem a elaborar um plano de negócios, a avaliar oportunidades, têm noções de propaganda e marketing, fazem pesquisas de preços, desenvolvem um espírito de liderança e aprendem conceitos básicos para tornarem-se futuros empreendedores.
Localizada em Goiânia, em Goiás, a Escola Interamérica existe há 13 anos e desde 2006 implantou a disciplina Empreendedorismo no seu currículo, obrigatória para todos os alunos do sexto ao oitavo ano. “Começamos com um
programa voltado para a questão da economia doméstica e da valorização do dinheiro que os alunos recebem, caminhamos com a discussão sobre formulação de metas, em que eles aprendem o que são metas e as traçam como estudantes e pessoas, e depois trabalhamos as habilidades voltadas para a questão da iniciativa, da criatividade e da liderança. Na série seguinte, os alunos têm discussões com os mais variados profissionais do mercado de trabalho, partipam de palestras, visitam empresas e, no nono ano, criam um produto que não agrida o meio ambiente e que seja viável comercialmente. Nosso projeto é bem amplo e ousado”, conta Suelânia Conceição Costa Santos, diretora Pedagógica da Interamérica.



O Colégio Adventista do Campo Limpo, em São Paulo, é outra instituição que discute empreendedorismo com os alunos. O tema foi o escolhido para o Projeto 2009 da escola, em que os alunos do 3º ano do Ensino Médio tiveram palestras e treinamentos com especialistas na área de empreendedorismo, além de vivenciarem a miniempresa, que funcionou como uma empresa real, com presidente, diretor de marketing, diretor de RH, diretor de finanças e funcionários, em que foi escolhido um produto a ser fabricado com material reciclável, no caso, um abajur. “A participação dos alunos foi intensa, pois eram responsáveis por tomadas de decisões, lucros, prejuízos, produção e possíveis problemas existentes em cada setor”, explica Nadir Panegacci, coordenadora pedagógica do ensino fundamental II e ensino médio do Colégio Adventista do Campo Limpo, “eles tiveram uma experiência única nos seguintes aspectos: responsabilidades de atuar como empresário; espírito de liderança e empreendedor, relacionamento intrapessoal; visão clara do mundo dos negócios e espírito de liderança”.

Para ensinar o que é empreendedorismo para crianças e jovens, as escolas utilizam diversos métodos, como palestras, filmes, seminários, entrevistas, visitas a empresas, treinamentos com especialistas e criação de organizações fictícias, tornando o assunto o mais didático possível. Na Escola Interamérica, por exemplo, as aulas sobre o tema são movidas por discussões, tornado-as mais dinâmicas e diferenciadas da rotina de sala de aula.

O resultado disso tudo é a formação de alunos mais responsáveis, com espírito de liderança e preparados emocionalmente para lidar com o seu futuro profissional. Além de se tornarem pessoas mais preocupadas com os seus gastos e com o modo que a renda familiar é usada. “Ensinar empreendedorismo oferece uma experiência prática para os alunos e um crescimento em aspectos imprescindíveis para o mercado de trabalho. Desperta o espírito empreendedor nos jovens e proporciona uma visão clara do mundo dos negócios bem como a experiência prática em economia e negócios e na organização operacional de uma empresa”, explica Nadir.

Dificuldades

Entretanto, ensinar empreendedorismo não é uma tarefa fácil. Apesar de ser um termo atual, não há um profissional com formação específica na área, o que dificulta encontrar um professor para ministrar o tema nas salas de aula. A saída é a própria escola formar esses professores, que podem ser das áreas de pedagogia, recursos humanos ou administração de empresas, ou profissionais interessados participarem de cursos de capacitação em empreendedorismo para professores. O Sebrae-SP, por exemplo, iniciou em agosto o Programa Educar para o Futuro, com o objetivo principal de divulgar e multiplicar a cultura empreendedora entre alunos desde o ensino fundamental até o universitário, tendo como público-alvo professores, secretários de educação e diretores de escola.

Vale ressaltar que o enfoque do empreendedorismo ensinado nas escolas não é apenas em defesa do capital, muito menos exaltando a competição e o sucesso a qualquer custo. As instituições trabalham o tema ligando-o aos valores éticos e buscando formar pessoas e futuros profissionais mais preparados para o mercado de trabalho, mostrando que existe tanto o empreendedor dono como o empreendedor funcionário, ou seja, aquele que tem traçado o seu objetivo profissional dentro de uma corporação.

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